sábado, 1 de setembro de 2012

É o trato

Enquanto eu souber tirar as pedras dos meus próprios sapatos, estarei sã. O que acontece quando eu percebo tarde demais que ficou um pouco de areia neles é que eu não sei. Quanto à autossuficiência que eu sempre quis mostrar pra mim mesma, desminto agora. Desmascaro todas essas grades que eu sempre pus pra me proteger. Que tipo de dona de casa instala cerca elétrica por medo de si própria?

"I'm titanium", droga nenhuma. Carne. Carne e osso. "I'm bulletproof", nunca serei. Eu costumava repetir isso pra mim, de ser de titânio, de ser a prova de balas e que um dia seria imune. E de que é que adianta as armas de São Jorge nesse mundo? Escudo, espada, servem de nada. Ter que montar no dragão, aprender a domar. Adianta?


Tem coisa que faz a gente sentir como se perdesse o dente da frente.

Mas aí, outro dia lendo umas coisas de familia, lembrei do que meu pai dizia: "O sorriso, esse é o trato!"
Daí fica fácil matar um leão por dia, o que faz parecer domar dragões ridículo. A armadura de São Jorge eu troco pela proteção do Anjo da Guarda. A terra nos sapatos se acumula virando pedra novamente, e eu vou saber tirá-la. Ou então continuo descalça, não vejo problemas nisso.
Nem tudo se resolve assim, mas o sorriso, lembra? É o trato!

Nenhum comentário:

Postar um comentário